Queria eu, leitores do FdG, comemorar mais uma vez com vocês o aumento que receberei pelo fato de ter me tornado mestre. Queria. Verbo e conjugação em seus devidos lugares. Meus 10% não me fazem, sequer, esboçar um sorriso de Monalisa. Se quando imaginava que seria sob o meu salário bruto isso não me causava felicidade, imagina quando descobri que o aumento recai sob o meu salário básico? Se algo me causa, afirmo: náuseas...
Lula vai passar a ganhar 11,2 mil reais. Mantega afirma que o aumento é insignificante para a folha de pagamento do Executivo.
Não quero aqui me comparar ao Lula. Não vou esbravejar aos sete ventos que alguém que não possui nível superior ganha mais que eu. Afinal de contas o cara é presidente do país. Tem seus méritos. Ficaria, inclusive, com dó do presidente - visto que esse não é o maior dos salários, quando se compara às cifras do Legislativo - se o meu salário fosse um salário digno.
Se meu salário fosse justo; se os salários dos professores municipais, estaduais e federais fossem justos; se não houvesse necessidade de "vale-miséria", "vale-fome", "vale-falta-de-educação" e tudo que o valha; se nossos postos de saúdes e hospitais da rede pública fossem limpos e pudessem nos atender a tempo; se nossos políticos tivessem preocupados com a coletividade; se nossa economia tivesse nossa cara e não as expressões de uma política econômica "globalizada" norte-america; se nossas estradas não fossem marcadas pelos buracos do descaso; se nossos cidadãos fossem reconhecidos como tais e, por isso, tivessem acesso às informações, à cultura e a bons empregos: aí sim!
Aí sim: eu pegaria o telefone, discaria o número da onde quer que ele estivesse e prestaria meus sentimentos por esse aumento tão "insignificante" que seu ministro da fazenda apregoa.
Somos um país onde a grande maioria das pessoas não sabe a dimensão dos números acima de mil reais. Insignificante é a vida dessas pessoas...
Mustafá!
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