terça-feira, 26 de setembro de 2006

Sobre política ou Faço minhas essas palavras...

"Não receio ser repetitivo. Tenho de admitir que "tenho medo". Tenho medo que uma vitória no 1º turno de nosso ilustre presidente – que nada sabe, nada vê, mas que também não age e deixa o descalabro tomar conta de tudo a sua volta – seja uma declaração cabal do povo brasileiro de que tudo pode ser feito neste País, a despeito de questões éticas e de respeito ao cidadão.

Tenho medo da continuidade desta falta de preparo para governar – por mais que alguns avanços na área macroeconômica tenham acontecido, pois todo o resto está entregue à paralisia ou ao atraso – e deste desprezo pela democracia traduzido na vontade de falar diretamente às massas, com desprezo às instituições (lembram do demônio que moram nele, segundo relato do presidente da Gradiente?). Por mais belo que possa ser a idéia de um presidente que supostamente 'só age para o povo', o risco de uma saída totalitária, a meu ver, não é de todo descabida.

Tenho medo de que degradação moral se aprofunde e que nossos filhos convençam-se de vez que os fins justificam os meios, que roubar pode ser louvável, que protestar contra a apropriação de recursos públicos é mera 'invasão de privacidade', que a imprensa livre seja uma instuição discutível e que as punições devem ser apenas meros esquetes teatrais (até serem eliminadas totalmente).

Não acredito que Lula tenha inaugurado a bandalheira. Mas nunca vi tanto orgulho ao se cercar dela. Por mais que se diga, "eu afastei os envolvidos e tudo será investigado, com punição exemplar", o que se vê na prática é o oposto de tudo isso. O ministro da Justiça é o primeiro a acobertar tudo e, passados alguns meses de escândalo exposto na imprensa, os mesmos mensaleiros, sanguessugas, detonadores de caseiros, etc, voltam a ser chamados de 'meninos' e recebem o abraço sempre cordial de nosso presidente. Ou seja: qual o incentivo para que eles parem de agir na criminalidade se o grande chefe da nação os apóia?

Bem, amigos, vou ao 'finalmente' e atrevo-me a encarecidamente pedir uma coisa: que vocês não votem nulo e escolham um dos outros candidatos mais cotados neste pleito presidencial, que, a princípio, parecem ser pessoas corretas: Heloísa Helena, Cristóvam Buarque ou Geraldo Alckmin. Mas, por favor, não entreguemos este cheque em branco – que seria uma vitória no primeiro turno – para que Lula continue tripudiando sobre nossa dignidade.

Tenho tentado fazer o exercício político que me cabe como cidadão: discutir, expor minhas opiniões, ouvir críticas por minhas posturas, tentar rebatê-las, admitir que estou errado em alguns pontos, acreditar que em outros estou certo, mobilizar e pedir. Sei que posturas políticas e pedidos desta natureza chateiam. Tenho me segurado bastante nos últimos meses para não ficar expondo minhas posturas e dar um sossego aos amigos. Mas senti a necessidade urgente em meu peito de lutar por este ideal. Conto com a compreensão de vocês".
Benedito Sverberi

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