segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Sangue na bandeira branca

Assisti ontem a "Beslam - 3 dias em setembro". O documentário mostra o terror vivido num colégio na pequena cidade russa de Beslam (34 mil habitantes) nos primeiros 3 dias de setembro de 2004. Terroristas chechenos invadem o colégio matam mais de 330 pessoas (entre elas mais de 150 crianças) com o intuito de por fim à Guerra da Chechênia. Além da compaixão, diversos sentimentos rondaram meu pensamento.
Guerras existirão sempre. Mesmo que injustas, mesmo que estúpidas. Enquanto houver ser-humano e dinheiro, haverá guerra. A questão está em estabelecer quem são os reais envolvidos na batalha. Crianças de 3 a 12 anos? Pais e professores que só queriam reiniciar o período letivo?
Os governantes, os que na maioria das vezes são os responsáveis pelas explosões, pelas mensagens de guerra e pelos ataques, são os que menos se envolvem. Os civis, que muitas vezes desconhecem o significado das bombas e das agressões, são os que mais sofrem com os estilhaços fincados ao corpo e à memória...
Crianças choram porque temem, não porque perdem territórios, armas, petróleo... Crianças gritam porque não sabem o que fazer com o medo, não porque desejam mal ou carregam consigo o desejo de vingança...
A surpresa é ver a menina, com chance de sobreviver, voltar em busca da mãe que ficou em poder dos sequestradores. Surpresa é ver o pai, com quase toda a sua família morta, esconder seu único filho vivo embaixo dos corpos, para que ele sobreviva... Surpresa é ver que, apesar de toda a pressão, ainda existem seres-humanos capazes de lutar não pela morte, mas pela vida...
3 dias em setembro... Todos os sentimentos da guerra... Alguns sentimentos de paz...
Mustafá!
Obs> problemas com a foto...

0 Comentários: