segunda-feira, 7 de agosto de 2006

Sobre crianças e guerra


Eu evito falar em guerras. Emitir opinião sobre assuntos injustos é hipocrisia. Guerras serão sempre injustas. Mas não posso me calar diante das imagens que tenho visto na televisão. Imagens de guerra serão sempre imagens de guerra. Os destroços, as pessoas com olhar de desespero... Nunca é diferente. Mas algo me chamou a atenção nas últimas imagens que tenho visto: as crianças.
Quando se fala sobre crianças em guerra, logo vem a cabeça aquela imagem de soterramento, de bombeiros carregando meninos indefesos e machucados pelas atrocidades causadas por bombas e tiroteios. Mas é exatamente o contrário o que estou falando. Nas duas reportagens que vi a imagem que as crianças me passaram foram exatamente opostas a essas que estamos acostumados a ver. Numa, apesar das ataduras nos braços e de estar condenada a uma cama de hospital, a menina sorria e brincava com um brinquedo imaginário. Noutra, apesar das lamentações de seus pais, dois meninos riam na gangorra improvisada.
É preciso enfrentar os problemas como crianças. É preciso agir como crianças como se crianças fossemos. Guerras não existiriam se nos comportássemos como crianças. Se pensássemos como crianças. Guerras só existem porque deixamos de ser crianças quando crescemos.
Mustafá!

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