quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Dispersão

Muita coisa tem passado pela minha cabeça ultimamente. Sentimentos contraditórios também têm alojado meu coração. Por um instante percebi que dei uma sumida do mundo verdadeiro para habitar um mundo que talvez seja só o meu. Tenho me dedicado muito a escrever minha dissertação. Fico grande parte do tempo em frente a um computador e o teclado tem sido meu fiel amigo... Não tenho cachorro, pois assim seriamos três solitários noite a dentro... Tenho trabalhado bastante. Penso que perseguir dinheiro não é o mais interessante, mas nada de interessante tem acontecido na minha vida e, na maioria das vezes, o grande vilão é a grana...
Tenho me sentido um mediocre. Primeiro que diariamente entro em quatro páginas na internet. A primeira é sempre o yahoo.com.br/mail, onde recebo minhas mensagens mais importantes; em seguida entro no hotmail.com para ver as outras mensagens mais importantes de quem ainda não tem meu email do yahoo; entro no orkut e dali levo uns quarenta minutos pulando de vida em vida até chegar a conclusão de que a minha vida é besta, mas tá cheio de gente igual a mim por aí; por último entro aqui no FdG para ver quem comentou ou para escrever algo. Tenho destestado tudo que escrevo. Aliás pouco estou escrevendo de interessante. Tenho apelado para textos alheios de autoria duvidosa, inclusive.
Pode alguém, nesse mundo inundado de informações e acontecimentos interessantes, entrar em quatro míseras páginas e o pior, essas quatro míseras páginas só se referem a esse mesmo alguém que vos fala? Muita mediocridade e isolacionismo. Quase um ostracismo... para rimar...
Depois, o que vale a guerra no Líbano? O que vale os sanguessugas da máfia das ambulâncias? O que vale um país deixado ao léo durante quatro anos por um presidente que nunca soube de nada, nem dele mesmo, nem das pessoas que se relacionavam com ele, muito mesmo dessa grande nação?
Nada vale quando se tem um umbigo e se olha pra ele dia e noite, noite e dia, como se fizesse dor ao mundo não me ter ou se a alegria do mundo fosse a minha existência... Por que vocês não me avisaram? Eu criei um monstro! Eu me criei um monstro que só falo de mim, que só penso em mim... Como se ser egoísta fosse bom...
"Perdi-me dentro de mim, porque eu era labirinto. E hoje, quando me sinto, é com saudades de mim..." (Mário de Sá Carneiro)
Mustafá!

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