terça-feira, 23 de agosto de 2005

Se um aceno...


Eu só queria um aceno. Desses que se dão sempre no interior. Uma abaixada de cabeça, um breve sorriso, um olhadela rápida, um balançar de mãos, um aceno... Um pedido de desculpas...
Não entendo: ninguém se cumprimenta por não se conhecer? Ou ninguém se conhece por não se cumprimentar...
Se quando ando no centro da cidade ninguém me conhece, por quê esbarram em mim e nem me olham? Não há atenção melhor quanto pior é a indiferença...
Esbarraram em mim hoje na rua e eu quase perdi a paciência, que já não tinha. Sorri e olhei para o transeunte, que sequer me notou. Fosse eu uma folha de papel e em mim estaria a marca de sua pisada. Nada mais...
Que não me cumprimentem, tudo bem. Já me senti um doido quando vim para Belo Horizonte e, sem perceber, sorria para alguém nas calçadas e esse alguém me olhava com cara de ninguém. Mas esbarrarem em mim, derrubarem meus pertences e sequer acenarem, uma desculpa, um oi junto com um tchau... Não é possível!
Quando cheguei em BH em primeiro de agosto de 2000, parado na Praça da Assembléia, uma doida que por ali passava, olhando-me com as malas me disse:
- Está indo embora de Belo Horizonte? Boa viagem!
E sem esperar resposta ou cumprimento, acrescentou:
- Está chegando em Belo Horizonte? Bem-vindo!
Ela era educada. Dita louca, mas educada! Quem é verdadeiramente louco? Não sei...
Mustafá!
Ah! Deêm uma olhada nisso! Curioso...

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