
Talvez seja uma atitude tardia essa minha, defender o brasileiro morto "por engano" na Grã-Bretanha só agora. Talvez Jean, se ainda vivo estivesse, diria-me que é uma grande bobagem lutar com os vivos quando os mortos não terão a chance de voltar e reconstituir o perdido. Só o fato de Jean não ser um terrorista faz com que sua morte seja lembrada com pesar e como se ele tivesse sido um herói, no meio de uma multidão, disfarçado, mas digno de honras e datas comemorativas: o dia em que os certos pagaram pelos errados? Não! O dia em que as pessoas "normais" foram sacrificadas pela irresponsabilidade de seres desumanos.
A notícia de que a investigação do caso Jean Charles de Menezes pode levar uma a “grande disputa diplomática” entre o Brasil e a Grã-Bretanha, leva-me a perceber que erros existem sim, mas falta dignidade em assumí-los é vergonhável.Quinze mil libras não trazem a dignidade de nenhuma família.
O terrorismo existe. Isso é fato. Sair matando pessoas a esmo, como forma de abafar o fato de terroristas perigosos ainda não terem sido punidos (leia-se aqui Osama Bin Laden!) não é justificativa. A morte de um só ser-humano inocente não é desculpa pela tranquilidade da vida de 1000 outros.
Mustafá!
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