quinta-feira, 23 de junho de 2005

Saudade...

Hoje eu levantei sentindo saudade... Mesmo que o compositor tenha dito que “é melhor que caminhar vazio*”, preferia caminhar oco...
É ruim sentir saudade de quem não vai mais se ver, de coisa que não vai mais se ter, de momento que não vai se repetir. Dói, é estranho e entristece a gente!
Saudade é o pé-no-chão no rol de sentimentos que eu sinto. É como se me falassem: “desista, é impossível, não há mais tempo, não tem mais jeito, fique vivendo de lembranças...”. Não adianta sonhar com o reencontro, com a felicidade pra vivê-la do mesmo jeito como aquela vez, naquela época, com o que é passado. Passou, acabou. Resta-nos reviver na lembrança, mas dói, eu sei que dói, porque sinto.
Senti saudade de quando os problemas eram só de pai e de mãe. De quando eu acordava cedo em dia nublado e podia assistir Caverna do Dragão sem medo de perder o ônibus e não chegar a tempo. Da época que eu acordava sem o cumprimento do despertador. Nessa época eu não tinha conta em banco e era bem mais feliz. Saudade de conhecer as pessoas que eu encontrava na rua, saudade dos bom-dias, boa-tardes e boa-noites sinceros.
“Eu hoje tive um pesadelo e levantei a tempo, a tempo. Eu acordei com medo e procurei no escuro alguém com seu carinho, e lembrei de um tempo. Porque o passado me trás uma lembrança... do tempo em que eu era criança e o medo era motivo de choro, desculpa para um abraço ou um consolo**”

Mustafá!

*Sonhos – Peninha
**Poema - Cazuza

0 Comentários: