Estava eu hoje pela manhã envolvido com o "conhecimento científico", quando a empregada lá de casa, excelentíssima Maria do Carmo, aparece às 10 horas da manhã se despedindo (isso mesmo, ela já estava indo embora!). Ela me disse que tinha matado uma lagartixa ("largatixinha", no caso) , mas que ela tinha visto uma "largatixa" grande, que ela não teve coragem de matar. Ela acrescentou que por onde a "largatixinha" tinha passado ela limpou com álcool porque ela ficou com medo que nós pegássemos "cobrero". Eu, já rindo, perguntei a ela o que era cobrero, uma vez que se tratando de lagartixa, imaginei que pudéssemos pegar lagartixero. Ela me respondeu que se a lagartixa encostar no corpo da gente aparece uns caroços e relatou que numa cidade do interior uma família inteira morreu depois de tomar o café do coador. Eu fiz uma cara de ponto de interrogação e ela continuou dizendo que a lagartixa tinha subido pela parede e caído no coador. Lagartixa ninja essa, pensei. E eu que imaginava que lagartixa era aquele bichinho frio que perdia o rabo de medo...
Fui almoçar e quem me aparece??? Ela, a "largatixona"! De repente o senso comum me tomou de medo e eu cheguei a pensar em sair correndo, mas, novamente, só pude rir da tenebrosa estória da Do Carmo.
Acho engraçado essas estórias que contam a sabedoria popular. Quem toma leite com manga sem sentir medo de morrer? Quem - a partir de agora eu também - não morre de medo de cobrero de "largatixa"? Que conhecimento é esse que não é explicável, quantificável, refutável e exerce poder sobre a gente?
Voltei aos livros, talvez a uma ciência que é tão falaciosa quanto a estória que me chegou aos ouvidos através da experiência de Maria do Carmo.
Mustafás!
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