quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Imprensa marron

A “imprensa”, ou o uso que se tem feito dela por algumas pessoas, tem me surpreendido. Semana passada, uma capa de revista, duas notas na Internet e uma reportagem me fizeram rir muito e me sentir um tanto envergonhado com a situação das fontes de informação jornalísticas do país. Devo admitir que talvez sejam minhas fontes que não estão sendo bem escolhidas, mas para onde olho só vejo coisas absurdas e ridículas...
Quem teve oportunidade de ver a capa da Revista Caras dessa semana (quinzena, mês, seja lá qual for a periodicidade daquele álbum de futilidades)? O “rei” (ninguém sabe muito bem de quê) vestido de marinheiro. Ninguém merece, aquilo é uma real visão do inferno: ridículo é a palavra mais sutil que posso usar para aquela imagem. Depois, lendo notícias do Portal Terra deparo-me com duas notas sobre os participantes do BBB5: 1ª) Rogério (O médico Ge-nérico) afirmou roubar comprimidos de Viagra do ambulatório do hospital onde presta residência; 2ª) Nathália, a representante do rosto de Iracema na Terra estaria há um mês sem lavar os cabelos. A primeira notícia me envergonha. De qualquer forma seria uma denúncia - nossas universidades estão formando pessoas sem ética e nós sofremos todas as conseqüências que essa negligência acarreta! -, se não tivesse sido tratada com tanto humor. A segunda me enoja em todos os sentidos. Mas quem foi a fonte dessa informação é a pergunta que não quer calar... Quem precisa saber que a menina é bonitinha, mas é sujinha?
Assistindo a um jornal local uma belíssima reportagem: uma bezerra, sem ter ainda sua primeira relação sexual (risos), já era capaz de dar leite. Confesso que fiquei com dó (o sentimento que mais repulso) do jornalista que teve que ir atrás desse “furo” de reportagem. Quem precisa saber dessa aberração (mais que natural) da natureza (redundância proposital).Sei que é preferível esse tipo de notícia a qualquer outra catástrofe dessas que nos acostumamos a assistir em nossos noticiários, mas alguma coisa não está bem com grande parte da imprensa nacional: “alguma coisa está fora da ordem!”, como diria Caetano.

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