sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

"Acho que o imperfeito não participa do passado"*


Pérolas

Ontem, passando em frente a um cursinho (o Soma) deparei-me com uma placa com os seguintes dizeres: “Proibido sentar no degrau para não impedir a passagem”. Pensei: se o aspirante a um curso superior quiser sentar para impedir a passagem ele pode usar o degrau como assento... Interessante! Qual a credibilidade que esse cursinho tem pra mim de agora em diante? Nenhuma. Pode ser que seja uma pegadinha, uma questão de vestibular, um novo método de ensinar a partir dos arredores da escola... Tenho lá minhas dúvidas. A frase deixa dúvidas quanto ao comportamento a ser adotado, é dúbia. Há alguma coisa errada com a mensagem que quer passar.
Faço o jogo do contente e penso que desse deslize posso considerar que o português é uma língua muito rica e por isso perigosa. Usar as palavras significa muito mais que conhece-las. Isto é somente o princípio. Uni-las é ainda responsabilidade maior. Atualmente as pessoas usam as palavras sem muito pensar no que realmente queriam dizer e no que realmente dizem. Tudo ainda se torna mais complicado quando o desconhecimento das palavras e o descuido em usa-las encontram-se com o erro gramatical. Perdi as contas de quantas placas erradas vejo diariamente nas ruas de BH: “Vende-se salas”, “Quema de estoque” (erro proveniente do sotaque, presumo) e por aí vai.
Não acho que as pessoas devam usar a língua erudita, mas acredito que informalidade também tem limites. Bom senso, nesses casos, é também um excelente ingrediente. Entre zona e prostíbulo há gerações!

Mustafás sintáticos e morfológicos!
*Meninos e meninas, Legião Urbana

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