quinta-feira, 16 de novembro de 2006

Questão de limites...

O que me impressiona na morte da modelo Carolina Reston não é o seu peso de 40 quilos ou o seu índice de massa corporal a 13, quando o normal seria, no mínimo, 19. Isso não me assusta! O que me intriga é que os familiares e amigos dessa menina não tenham tomado atitudes drásticas com relação à "dieta" que ela vinha fazendo... Não estou aqui querendo julgar ninguém, mas se a alimentação da sua filha se resumir a tomates e maçãs (em quantidade suficiente para alimentar um rato) e você não fizer nada, você é, no mínimo, um progenitor omisso.
Acho, inclusive, que a culpa de tudo não recai somente nos pais da menina, mas na própria. Com 21 anos você sabe muito bem o que é ou não interessante para a sua vida e os limites de seu corpo. Além do mais a anorexia nervosa é uma doença complexa , que não aparece da noite para o dia. A menina, portanto, poderia ter recorrido a um tratamento psicanalítico, fosse por indicação dos pais ou pela indicação de qualquer ser-humano que percebesse seus ossos se destacando sob sua péle... Meu diagnóstico para ela: cabeça fraca ou falta de instrução paterna!
O que acho um absurdo é a sociedade, ou sei lá quem, culpar o "mundo da moda", mais uma entidade abstrata que a sociedade criou para transferir a culpa da própria pessoa, como se ela não tivesse escolha... Ninguém é obrigado a morrer de inanição só porque é glamoroso o "mundo da moda", só porque o dono da egência X te mandou para casa ficar uma semana sem comer, só porque a Gisele Bundchen ganhou muito dinheiro desfilando... Conheço muitas meninas lindas que ganharam muito dinheiro trabalhando e comendo normalmente... Conheço inúmeros profissionais que enfrentam regras rígidas nas profissões que exercem e aprendem a dizer NÃO.
Vi uma outra modelo com um discurso fajuto dizendo que o "mundo da moda" é muito rigoroso, que ninguém imagina quantos "nãos" uma modelo leva... Convido a digníssima a vir ao "mundo real" para conhecer outras maneiras difíceis de se conseguir um "sim".
Mustafá!

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