7 e 30 da matina. Vínhamos para a UFMG e, na tentativa de permanecer acordado (já estou a caminho de trocar a noite pelo dia...) vim lendo as "notícias" em outdoors e afins... Surpreendo-me com dois comunicados de show (em duas das maiores casas de show - se é que assim posso chamá-las - de BH: Chewrolet Hall e Labareda) de ninguém mais e ninguém menos que Tati Quebra Barraco!
Que ela faça seiscentos shows eu não me importo. A questão aqui não será essa: questionar o gosto de quem a ouve ou a qualidade do trabalho dela... A questão é como uma menina feia (e ela faz questão de exibir essa feiura!), pobre (até bem pouco tempo atrás financeiramente, agora talvez só de espírito), que canta músicas cujas letras são agressivas e que assume sua submissão em relação aos homens em cima do palco é capaz de movimentar multidões (pra mim qualquer 5.000 mil pessoas no show de Tati Quebra o Puxadinho é uma multidão sem tamanho...) e ocupar grandes casas de shows nas capitais brasileiras?
O funk carioca invade o país a começar pela novela das oito. Tornou-se mais palatável ao exibir Mariana Ximenes balançando o "popozão" entre o pessoal do morro e o da Baixada. Ficou mais "paz e amor", saiu das margens e cada vez mais está perto de nossas casas aqui no interior. As meninas que até então eram objetos dos funkeiros nos trenzinhos na pista de dança, "encheram-se de si" (risos), subiram no palco, pegaram o microfone e gritam que são objetos sim, mas estão pagando motel para os homens, numa concordância que eu não repetiria aqui...
Talvez fosse o momento de levar um outro funk para o interior dessas terras tupiniquins. Um funk que apontasse as diferenças, sem revelar preconceitos. Um funk que fosse revolucionário sem ser feminista ou confirmar o machismo. Um funk que fosse mais humano e menos animal no cio...
Tati Quebra a Laje é só o retrato de algumas mulheres que estão sendo formadas nos morros cariocas e em muito lugares nos centros e, inclusive, nas zonas sul das cidades...
Mustafá!
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