
Há muito tempo, quando minha escola era em Virgínia ainda e eu devia ter alguns poucos anos, uma professora pediu a mim e a meus colegas que levássemos giz de cera no outro dia. Eu não tinha giz de cera e tratei de atormentar minha mãe uma tarde inteira para que ela disponibilizasse tal instrumento artístico para mim. Fomos, eu feliz e ela descontente, para o supermercado do Resckão, comprar giz de cera. Eu queria o maior com 36 cores, mas minha mãe, não sei bem por que, comprou o de 12 mesmo...
Eu fiquei feliz mesmo assim porque não é todo dia que se compra giz de cera. E não é sempre que no outro dia se vai fazer uma atividade com giz de cera na escola. Eu feliz com giz de cera na mão, doze deles!
No outro dia, fui com sono pra escola porque não dormi bem pensando no que faria com doze cores num papel branco. Não tinha me decidido...
Foi assim mesmo. A professora me deu o papel, assim como a meus colegas, e todos trataram de realizar o desenho. Nada me vinha a cabeça. Pensei em desenho abstrato. Eu não sabia o que era abstrato na época, por isso pensei em rabiscos mesmo. Rabisquei muito, de várias cores, diversas vezes, até preencher todo o vazio que antes era branco no papel. Ficou colorido de doze cores, feitos pelas minhas mãos segurando os lápis que eu tinha comprado no Resckão.
Ao fim, a professora passou recolhendo um por um e ao chegar em mim olhou, olhou de novo, olhou só pra mim, olhou para o papel e depois para nós dois e me disse:
- Ficou bom, da próxima vez faça algum desenho...
Mas não era isso que eu tinha tentado fazer?
Morreu o Picasso, o Salvador Dali... enfim, morreu a arte dentro de mim...
Mustafá!
0 Comentários:
Postar um comentário