Autopsicografia
(Fernando Pessoa)
(Fernando Pessoa)
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
***
Poesia bonita, simples, quase que ingênua, se não fosse do mestre Pessoa, que captou táo bem a alma do poeta, que também o é.
Bom findi!
Mustafá!
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