Acho que “padrinho padre Cícero” não tinha tanta idéia do que dizia com a frase, preconizada pela letra de “Sobradinho”, que o sertão viraria mar. Talvez ele só confiasse na trágica ganância do homem comum que não se preocupava com o desmatamento e outros absurdos que cometia contra a fauna e a flora. Não era possível ainda para o pobre vigário imaginar que a tecnologia ajudaria e o governo apoiaria esses desmandos com a natureza.
Ouvi recentemente sobre protestos quanto a transposição do rio São Francisco, o rio conhecido por cruzar grande parte do território brasileiro, unindo, num grande veio d’água, o interior do país. A idéia é de levar as águas do Velho Chico para regiões do semi-árido nordestino.
Segundo alguns artigos que li a idéia é infundável, pois não alcançaria seus objetivos, uma vez que o projeto prevê a chegada das águas a lugares que pouco dela necessitam. Não chegaria, portanto, às localidades mais necessitadas.
Esse empreendimento – não vejo outro substantivo para denominá-lo – é, a meu ver, como a Transamazônica, para impressionar: pelos números dos gastos, pela interferência na natureza, pelos objetivos que não alcançam, pela publicidade em épocas eleitorais... Talvez o sertão não vire mar, talvez nem dê tempo para isso...
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