quarta-feira, 18 de maio de 2005

Rio para não chorar...




Lendo os meu jornais on-line diários deparei-me com a seguinte reportagem: "Ribeirão Arrudas passa por faxina, mas população de BH ainda reclama". Comecei a rir, porque quem mora aqui em BH sabe a situação horrível que é passar ao lado do rio Arrudas, impossível não fazer cara de nojo e não tapar o nariz... Mas continuei lendo:
"João Paulo, de 5 anos, tem dificuldade para acordar a mãe. Ela dorme profundamente, depois de uma madrugada de trabalho, e está na hora de amamentar o caçula Igor, de 2, ao som das corredeiras do ribeirão Arrudas, no Alto Vera Cruz, região Leste de Belo Horizonte. Chegar à casa da gari Rosana da Silva, de 43 anos, é uma aventura cheia de riscos. Além do mau cheiro, depois de atravessar um lajedo coberto de lixo, lodo e de animais mortos, à beira do córrego, é preciso escalar um barranco. Nesse local, ficava a área de serviço da casa, levada pelas últimas chuvas. Quando o assunto é o Arrudas, Rosana lembra sua dor. “Esse rio mata. Passou aqui e levou o meu filho, de 6 anos, quando a gente dormia”, lamenta".
Tive vontade de chorar. Aquele rio escuro presente na minha vida vez ou outra, motivo de tantas piadas, está presente na vida de Rosana pra sempre... Ele é responsável pela tristeza dela, pela sua mágoa... A dor é de quem tem. Quem não a tem não a conhece, realmente.
Fico feliz que a prefeitura de BH, mesmo tardiamente, está tentando solucionar os problemas dos João-Paulos, dos Igors, das Rosanas... Os problemas de muitos não poderão ser solucionados, uma vez que eles foram levados pelas correntezas fétidas do rio Arrudas...Mas isso não significa que outros precisam ser levados pelas correntezas e pela lama.
Talvez seja melhor não distanciarmos tanto desse problema e analisarmos quanto do nosso lixo está presente no rio que corta Belo Horizonte!
Mustafá!

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