sábado, 21 de maio de 2005

"Amélia que era mulher de verdade..."*


Lembram dos alfarrábios? Pois é, o trabalho com os livros está se acabando, pelo menos a primeira triagem já foi feita... A atividade que, a princípio, pensei ser repetitiva, foi, no mínimo, prazerosa! Nunca imaginei que os livros falassem tanto da pessoa que o adquiriu. Cartas, bilhetes, anotações, temas, título, autores, tudo isso se transforma naquele sujeito que é o leitor daquele objeto. Curioso... Será que somos aquilo que lemos, mais do que a informação que "retemos"?

Encontrei um livro com o título sugestivo: “Curso prático de eficiência pessoal: como viver vinte e quatro horas por dia e governo de si mesmo”. Como só tive acesso ao tomo 2 da obra citada, tive que presumir que o livro é destinado às mulheres dos anos sessentas (pasmem!):

“Só mencionarei um pequeno número dessas novidades que tornam fácil e eficiente a [vida]:
- fogão a gás, com livro de receitas e instruções para economizar o tempo, cuidado e combustível;
- ventilador sanitário de janela para afastar o pó, os germens, a chuva, a neve e as correntezas; (permitam-me um parêntese: germens deve ser germes, e um ventilador que afasta correnteza é potente hein?)
- carro de chá para a economia de passos;
- perfurador de carne para tornar o bife redondo e macio como um filet mgnon;
- máquina de lavar roupa, movida à eletricidade ou água, que não quebra botões, não rasga a roupa, nem esgarça as extremidades da mesma ...”

Imagino quanto esse livro era útil para as mulheres dessa época. As mulheres de hoje em dia precisam dessa literatura (risos, eu não resisto!), para se tornarem melhores donas de casa... A ausência dessas obras que fez com que nossas casas fiquem cada vez mais caras e bagunçadas...
O mundo é mesmo muito engraçado...

Mustafás pouco machistas para todos e bom findi!

Para as mulheres lerem (risos):
PURITON, Edward Earle.
Curso prático de eficiência pessoal: como viver vinte e quatro horas por dia e o governo de si mesmo. São Paulo: Logos, 1960. 193 p.
*Amélia (música de Mário Lago e Ataulfo Alves)

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