sexta-feira, 8 de abril de 2005

Visita orientada...

Bibliotecário que sou, hoje tive a primeira experiência com visita orientada (visita que os calouros fazem na biblioteca sob a orientação do bibliotecário, que explica os serviços, produtos, regulamento e possibilidades que o acervo oferece). Impressionou-me a displicência com que os alunos - sobretudo os de Direito que durante todo o exercício da academia e da profissão vivem de realizar pesquisas em bibliotecas e outros sistemas de informação - circulavam pelas estantes e "escutavam" as palavras que serviriam para o melhor uso das bibliotecas... Bocejos e conversas paralelas não faltaram, ao contrário, sobraram...
Permito-me uma reflexão sobre tal atitude desses alunos que ingressam em uma universidade federal. Eles não podem chegar familiarizados com o ambiente de uma biblioteca, eles não podem gostar de livros, eles não podem gostar da atividade de pesquisa... Eles não criaram, durante todo o ciclo escolar básico e fundamental, o hábito e o prazer pela leitura... Se você não conhece, você não gosta, se você não usa, você não consegue compreender os benefícios que o uso pode lhe oferecer...
Também estranharia entrar numa biblioteca se, desde o pré com a Tia Leila, eu não visitasse a biblioteca da D. Adair... Também estranharia os livros empoeirados se o fato de conviver com livros e com o ambiente bibliotecário não me fizessem perceber que as coisas mudam, os conhecimentos também evoluem e o ar, os insetos, as mãos dos leitores e as traças estão aí para deteriorar os conhecimentos velhos...
Fico feliz de saber que meus pais (meus primeiros professores), a escola em que estudei (Tia Leila, D. Olga principalmente) e minha tia (que me ensinou a gostar dos livros e das palavras) me fizeram, antes de um bibliotecário, um usuário de bibliotecas...
Mustafás bibliófilos sempre!!!

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