terça-feira, 26 de abril de 2005

40 anos de plim-plim

Hoje a emissora de maior sucesso do país, quiçá uma das mais famosas do mundo, faz quarenta anos... Está na idade da loba, mas já vem comendo cordeirinhos há muito tempo...
A Rede Globo de Televisão tem uma influência na sociedade brasileira maior do que a gente imagina. Não é de se admirar que os jogos, mesmo os que ocorrem em outros países e são aqui televisionados, ocorram em um horário compatível com a exibição da "novela das oito". Também não admira saber que nossos pais e até mesmo nós sentamos diariamente para ver o Jornal Nacional e, dificilmente, vamos dormir sem o "boa noite" que um dia já foi de Cid Moreira e hoje é de Fátima Bernardes e William Boner. Não admira o sentimento que causa ouvir a música do plantão da Globo e o simples plim-plim entre um intervalo e outro... Não espanta saber que guerras já foram interrompidas por causa de uma telenovela e que personalidades do mundo político, como Fidel Castro, já se renderam à "Escrava Isaura". Também não surprende que mulheres maldosas sejam comparadas à Nazaré ou à Odete Roitman; que fofoqueiras de plantão sejam Fifis, que os pães-duros sejam Nonô Correias e, enfim, que a sociedade represente àquilo que foi mostrado na tela e não o contrário.
Se você concordou com as afirmações acima, ou se divertiu com elas, significa que você também faz parte dessa roda-viva que se chama Rede Globo. Eu tenho medo da influência que essa rede de televisão tem sobre minha vida e se hoje ela completa 40 anos, há 23 eu pertenço a esse mundo e isso me assusta um pouco.
Parabéns àqueles que souberam fazer do trabalho uma ideologia. Que souberam transformar em realidade aquilo que muitos acreditaram ser simplesmente sonhos, passa-tempo e entretenimento. Parabéns àqueles que entraram em nossas casas - com a nossa licença!- e nos imprimiram sonhos, valores, princípios... Escolheram nossos candidatos a presidente, fizeram-nos chorar pela morte e pelo nascimento de quem nem sequer conhecíamos profundamente. Parabéns àqueles que nos fizeram acreditar que eram nossas vidas àquilo que eles acreditaram que eram o melhor e o pior para nós...
Mustafá!

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