domingo, 9 de agosto de 2009

Medo

Das coisas todas que me formam, o sentimento mais eminente é o medo.
O medo de morrer, de viver muito, de não ter grana, de ter muita grana e meter os pés pelas mãos, de ser enterrado vivo.
O medo de perder as pessoas que amo, de deixar de amar algumas pessoas, de amar as pessoas, mas não dizer a elas isso no devido tempo.
O medo de ficar biruta, de birutar e não ter ninguém pra cuidar de mim, de birutar e sair feito andante do cabelo grande por aí.
O medo de esquecer todas as orações e Deus se esquecer de mim, de ficar sem ar, de acabar toda a água do mundo e eu acordar no meio da noite com aquela sede de depois de comer comida salgada.
O medo de nunca mais ver o mar, de mergulhar e não achar o caminho da subida, de pegar fogo e sapecar o corpo todo.
O medo de estar de cueca no meio da rua e não ter com o que se cobrir.
O medo de panela de pressão.
O medo de ter parente desaparecido ou de ser o parente desaparecido.
O medo. Medo...
Mustafá!

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