O Grande Pastor prometeu às ovelhinhas que, se elas deixassem ser tosadas e lhe entregassem toda a lã, elas receberiam, como recompensa, lãs novas, muito melhores e em maiores quantidades das que tinham. Elas entregaram... Ficaram peladas no sereno, no frio, no sol, na tempestade, na garoa... O Grande Pastor nunca mais voltou. Abriu uma fábrica de lãs e foi rebanhar outras ovelhas. Ficou rico. Seu cajado agora é de ouro.
O pior de toda a estória do Edir Macedo não é a maneira engraçada com que ele lida com a fé das pessoas humildes. O engraçado da estória do Edir Macedo é como ele lida com o pior do que há nesses seres humanos: a ganância. Quem oferta para receber em dobro; quem entrega o ouro para a construção do templo para, em troca, receber um bom lugar no céu; quem compra uma chave do céu porque quer conforto ou tem medo do que o espera é ganancioso. Tudo isso é prova de que a ganância pode cegar. A fé, mais uma vez é mal interpretada.
Nesse pasto, nas terras desse pastor, nunca se ouviu falar de fé. As ovelhas acreditaram não pelo exercício da crença, do processo de se entregar ao que se acredita. Acreditaram porque eram tão capciosas quanto seu Pastor.
Mustafá!
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