quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Sobre o livro...

Terminei de ler segunda-feira (11-01-2005) à noite o livro a respeito da vida de Chico Xavier. Transcrevo aqui duas partes que me impressionaram.

Na página 134, reproduzindo as falas do médium o autor escreve:
“... a verdade é um veneno. Nem Jesus Cristo quis defini-la. Quando Pilatos lhe perguntou o que era a verdade, ele ficou em silêncio. Se formos falar a verdade na vida social, seremos considerados indesejáveis e loucos”.

Mais adiante, falando sobre a vaidade, a fala de Chico é assim transcrita:
“... Pus cabelos na cabeça sim. E pus mesmo porque preciso. E isso me honra muito. Eu quero viver. Não quero aparecer como uma ruína humana diante de meus amigos, todos bem-postos, bem tratados. Por que eu vou aparecer como uma pessoa que morreu e que só falta enterrar? Não, não morri, não. Eu quero viver e quero viver muito, se Deus quiser. (...) Eu agora vou andar vestido de bandral do século I? Não. Por causa dos livros? Então era melhor não ser médium. Quero andar direitinho, com a roupa limpa e com cabelos na cabeça. Me perdoem, mas eu quero. Pois se a doutrina é a maior alegria de nossa vida, vamos chegar lá imundos, pedindo esmola? Tenho de ir desabando em glórias, uai”.

Achei, antes de começar a leitura, que iria encontrar um mito, um semideus. Encontrei um homem, com vaidades e fraquezas, mas com capacidade de levar tudo até o fim, até as últimas conseqüências. Poucas pessoas me surpreenderam por acreditarem tanto naquilo que pregavam e aceitarem as conseqüências de suas crenças até a morte. Entre elas posso citar Olga Benário (não a personagem de novela apresentada pelo filme e sim a mulher que acreditava na existência do bem comum) e Che Guevara (não o jovem estampado nas camisetas, mas aquele que aprendeu e se tornou um revolucionário por seus ideais e seus atos). Chico Xavier entra para o rol das pessoas que se abdicaram de suas vidas para que outras vidas pudessem ser melhor...

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