quinta-feira, 8 de julho de 2010

Bolas, cifras e vidas

O que me dá medo é a desorientação do ser humano. Essa mania de agir por instinto. Essa coisa animal que o bom senso esconde, que a educação acomoda, que a criação deturpa... mas que o medo, a ansiedade ou qualquer outro sentimento que desperte o desespero deflagra.
O caso do desaparecimento de Elisa Samudi e o possível assassinato sob os auspícios do goleiro Bruno - o que na verdade são duas faces de uma mesma coisa - parecem denunciar exatamente esse conflito existente entre o certo e o errado, entre o comum e o chocante.
A existência de um relacionamento extraconjugal e/ou a possibilidade de uma - gorda - pensão mensal seriam motivos para um crime ou uma estória confusa como essa?
A meu ver estamos cada vez mais próximos de uma independência científica, em que podemos tudo, em que somos capazes de direcionar as escolhas de nossa vida, mas, por outro lado, não conseguimos tranquilizar essa ira animal que nos acomete. A cobiça, o ciúme, a inveja, são motes para nos tornarmos brutais e cometermos os maiores absurdos. A família - não a tradicional, com todos felizes habitando a mesma casa, mas a possível, em que todos convivem e há um amor, mesmo que só companheiro - está cada vez mais distante. A convivência se mostra, cada vez mais, como um impecilho.
Nossos desejos e nossas vontades parecem nos guiar cada vez mais para o lugar de onde viemos: o nosso ambiente mais selvagem.
Mustafá!

1 Comentários:

Anônimo disse...

Eu tava só esperando vc comentar esse assunto.Sabia q ia ser assim.A primeira frase faz tanto sentido que me dá até medo.Parabéns pelo texto!
Mônica Ribeiro