quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A difícil tarefa de se fazer um Movimento

Alguns integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) invadiram uma propriedade no interior de SP, derrubaram pés de laranja, destruíram tratores e equipamentos. Deixaram-na na manhã de ontem.
A notícia é mais um retrato de como os protestos são feitos no Brasil. As atitudes representam, na grande maioria das vezes, as ações praticadas pelas pessoas "engajadas" do país, que impunham bandeiras. As injustiças sociais são enfrentadas com vandalismo e o resultado parece se dar num vácuo, em que o governo não sabe bem o que fazer e a sociedade não sabe se deve/pode aprovar.
Se por um lado a reforma agrária, da maneira como querem os sem-terra, é utopia, por outro, as terras divididas entre/para os representantes do movimento continuam improdutivas, como se a eles bastassem uma decisão para desencadear outras invasões.
Ao que parece, os integrantes desse tipo de movimento são motivados não pelas necessidades básicas que enfrentam, mas pela busca da razão e do poder. Como se os ideiais preconizados no papel dessem lugar às necessidades pessoais de se impor, fazer valer a vontade, buscar interesses pessoais, mas disfarçados pela busca do bem comum.
Assim como vêm partem sem muito levar. Deixam 3 mil pés de laranja no chão, algumas máquinas destroçadas e um leve gosto na boca dos cidadãos de que têm razão, de que se não for dessa maneira o "sistema" não reage. O sistema responde: "Essa é uma situação que vem acontecendo sempre. O problema é que alguns grupos se excedem [...] Não há ameaça".
A constatação possível é que se correr o bicho não pega e se ficar o bicho não come.
Mustafá!

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