Há alguns dias entrei numa discussão num blog de uma conhecida "virtual"*. Trata-se de um tema polêmico como uma moeda que gira sobre a mesa sem poder cair e mostrar uma única face: a lei antifumo. Não há uma só verdade. Não há uma só opinião. Quem tiver interesse que vá lá acompanhar a discussão.
Gostaria de fazer algumas considerações aqui para não ficar parecendo, como muitos podem pensar (e estão livres para isso!) que eu incito movimentos separatistas (rs).
Primeira: a máxima "o meu direito começa onde termina o direito do outro" não existe. É uma balela ostentada por quem acredita que justiça e direito são coisas muitos simples. Questões que envolvem direito não vêm cercadas por muros. Inúmeras vezes as questões são mais complexas e a liberdade de um é permeada pela liberdade do outro e, por isso, existem os tribunais e a jurisprudência. Caso contrário, somente as leis bastariam para que nos orientássemos em nossas relações sociais.
Segunda: dizer que a lei (especificamente a antifumo) é coisa para governador se eleger presidente é a maior demonstração de desconhecimento (e porque não de desinteresse) pelo processo legislativo do país. Muito embora algumas proposições tenham origem no executivo, é no Plenário (onde trabalham nossos representantes) que se discutem e se aprovam normas como essa. Lá nem todos são a favor ou contra, mas há discussão e votação e, não de certa, mas de toda forma, nossa vontade está lá impressa, pois foi esse o voto que depositamos nas urnas. A eles delegamos o poder de decisão em nosso nome. Se a escolha não foi ou não é bem feita, o problema é outro e o buraco, mais embaixo.
Terceira: decisões como essa não são baseadas em ideiais separatistas (mais rs), mas em estatísticas de atendimento em hospitais da rede pública, no valor gasto com campanhas antitabagismo, em interesse político também e em iniciativas de saúde, que os políticos - em cima de palanques - nos prometeram. Ingenuidade - ou síndrome de perseguição, não sei - pensar que só há um motivo (a marginalização de fumantes) para tal atitude. Seria fatalismo demais. Além disso, essa separação já é feita há um tempo: vide as alas de fumantes, já conhecidas em alguns ambientes de uso coletivo.
Quarta: É preciso conhecer, para depois opinar. Minha opinião é de que quem quer deve continuar fumando, mas essa atitude, por ser prejudicial à saúde de TODOS, deve ser regulamentada. Essa é só minha opinião. Não faço dela bandeira e nem grito ao mundo. Só o faço com pessoas que realmente amo e me importam.
Quinta: Discordar é preciso.
Mustafá!
*Recomendo a leitura diária!
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