
Ficou acordado ontem que frequencia, ambiguo e cinquenta serão palavras corriqueiras na nossa escrita, isto é fato.
Por um lado foi a única possibilidade dos brasileiros assistirem ao presidente Lula, na Academia Brasileira de Letras (atentem-se para o local!), assinando um Acordo Ortográfico. Se isso não for a confirmação de que esse país é um pandeiro eu já não sei de mais nada. Por outro, o presidente deverá ser o maior beneficiado com toda essa mudança, pois a pessoa que não sabe utilizar corretamente o s, quer logo ficar livre das consoantes mudas. Que venha janeiro de 2009, não é presidente?
Por um lado foi a maneira encontrada pelos países lusófonos de fortalecer a base lingüística (sim, eu ainda uso trema!) comum e difundir a produção intelectual produzida por cada um desses oito países. A união, nesse caso, faz a grana do mercado livreiro (a grosso modo). Por outro, os líderes e lingüístas se esqueceram que não se vende livro onde não se lê. E pouco se lê, quando se escreve mal. A pontuação que foi roubada da língua portuguesa que cabia ao Brasil só irá empobrecer ainda mais nossa maneira de manifestar nossa língua, que já é mal falada, quanto mais escrita.
Por um lado Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Brasil e Portugal escreverão da mesma maneira. Por outro, quem quer escrever igual a esses países?
Por um lado as letras k, y e w vêm incorporar nosso abecedário, dificultando ainda mais o trabalho dos escrivães. Por outro, a inclusão social será enorme! Fim do sofrimento das Kátyas, Priscyllas, Welersons e Kênyas que vêm integrar-se aos demais sem prejuízos maiores...
Por um lado não sei exatamente com que freqüência preciso utilizar o trema. Ou com que freqüência farei algum contacto com qualquer escritor de Guiné-Bissau. De qualquer forma acho tudo muito ambíguo, ou seria ambígüo? Ou seria ambíguo? Ah, sei lá... Nem o Lula sabe...
Mustafá!
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