
Nunca tive vontade de ser famoso. Ser conhecido pelas pessoas, atrair multidões, causar transtornos em shoppings e ruas... Acredito que, atualmente, muitos bebês já nascem com isso em mente ou herdam de seus pais esse tipo de sonho. Curioso fico ao perceber que algumas pessoas têm o dom de usar seus dons e conquistar o mundo. Isso aconteceu com Michael Jackson, Madonna e - talvez em menor escala - com Ivete aqui no Brasil. Façam o que fizerem arrastarão multidões aos shows ou às bancas de revistas e jornais.
Intrigante é que, por outro lado, pessoas assim (digo, a grande maioria delas) têm também o dom de auto-destruição, como é o caso do Carmen Miranda, Elis, Michael Jackson e Amy Winehouse.
Da última eu tenho pena e, mesmo sendo o pior sentimento do mundo, é só isso que eu sinto. Sua voz singular, próxima as cantoras que viveram entre os anos 20 e 60, seu jeito estranho de se vestir e maquiar, as letras melancólicas e pessimistas... Tudo isso atrai olhos e ouvidos do mundo para a menina que pede socorro, sem dúvida. Sua trajetória é, ao mesmo tempo, de sucesso e fracasso, como se um substantivo precisasse do outro para existir. Enquanto o público não se importa de vê-la cantar aos pedaços, ela não se importa de apresentar-se, em migalhas, para seu expectadores. É dessas migalhas e cacos que constrói sua carreira.
A menina Amy presenteia o mundo com o que há de melhor nela: a sua voz. E apresenta-se ao mundo com o pior que pode ser: ela mesma.
Repete não várias vezes. A arte dizendo sim, seu organismo dizendo não.
Mustafá!
Para brincar, se é que é possível:

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