quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Bolsa-salafrário


País bom é esse. Acaba o carnaval, mas a folia continua... E como!

O caso do uso abusivo dos cartões de créditos oficiais não me impressiona. Aliás eu ficaria impressionado se eles tivessem sendo usados com cautela e adequadamente, visando o interesse público. Da regra à exceção, vivemos assim nesse país inerte, onde tudo poderia dar certo, mas tudo acaba com um som da bateria de uma escola de samba...

O que diferencia esses representantes do povo dos corruptos anônimos que desenbolsam alguns trocados do bolsa-família, bolsa-escola, bolsa-miséria, bolsa-descaso com os pobres, bolsa-assistencialismo, bolsa-tampar o sol com a peneira - além dos valores, é claro! - é o revestimento da função pública e o aval, de um certo modo, da lei. Primeiro porque não está claro quem pode ter e usar o cartão de crédito; depois porque também não está tão claro o valor que cada um, de acordo com suas funções políticas, pode gastar; e, além disso tudo, o que pode ser considerado despesas oficiais.

Ai fica difícil enquadrar a senhora que aluga carros com uma frequência acima do normal de uma mesma agência, o gasto excêntrico de uma senhorita num free shop, a tapioca do humilde senhor numa feira típica e, até mesmo, o bom gosto de um certo rei por carnes argentinas e frutas pra lá de frescas... Afinal de contas são políticos e as regalias lhes são de direito e os mesmos desconhecem os limites não impostos pela lei. Por quê? Porque bom senso é o que falta enquanto sobram contas e mais contas para o povo pagar.

Discutir os prejuízos causados com a não cobrança da CPMF pode ser muito mais interessante enquanto de baixo dos tapetes da Alvorada escondem-se resíduos da falta de ética, da imoralidade e da improbidade, que oneram os cofres públicos e, como consequência, competem com investimentos que poderiam ser feitos na saúde e na educação dos brasileiros...

Ouço o som do pandeiro em plena quarta-feira de cinzas. Cinzas. Deixo a metáfora de lado... Melhor não tripudiar...

É ou num é?

Mustafá!

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