quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Crise de identidade


Entre a dor e a delícia de ser síndico (ou coisa que o valha, pois que nem pra síndico eu sou o titular) tenho descoberto somente as dores. Se há delícia eu não sei mas estou chegando a conclusão que não. Confesso que é, um tanto às vezes, divertido, principalmente quando você entra numa da teoria Marta Suplicy (já muito apregoada).

Pessoas são, entretanto, o melhor de tudo. Eu sempre gosto de observar e perceber como as pessoas agem. Rio muito só com essas percepções.

No prédio somos 6 moradores. Dois deles pedem para não encontrar o síndico e se envolver em questões do condomínio. Esses são os mais fáceis de se lidar. Uma eu nem sequer conheço. Diz o Fábio que ela se desdobra em duas, ou seja, tem uma irmã. Também bem fácil de lidar. Outra moradora, ex-síndica arrependida, tenta, copiosamente, apresentar-nos uma gestão de condomínio cada vez mais difícil. Adora apresentar problemas, fazer críticas pouco construtivas, apontar erros... Dois dias depois ela aparece com uma sugestão muito simples e que nos ajuda muito. Seria tudo muito bom se ela apresentasse a solução logo no início. Tenho a impressão de que ela tem muita saudade do tempo em que controlava tudo e, por não ter muito o que fazer, não deixa de se ocupar com essas questões, mesmo sem ter muito ação por agora.

Mas o mais comédia deles é o do 102. Ele criou uma regra de pagar o condomínio mês sim e mês não. Não é caloteiro, mas não tem noção do quanto isso prejudica o orçamento. Mas tudo bem... A gente vai levando... O pior é quanto ele resolve entrar em contato comigo ou com Fábio:

- Quem fala?

- Leandro.

- Leandro aqui é o Fulano do 102, tudo bem?

- Tudo.

- Pois é. Eu queria deixar o dinheiro pra vocês. Você está em casa? Não estou na rua, deixe lá amanhã.

- Ok.

No outro dia:

- Fábio?

- Não, Leandro.

- Leandro eu falei com o Fábio ontem e combinei de entregar o dinheiro pra vocês hoje.

- Ok estou em casa pode vir.

- Obrigado.

Vinte minutos depois, no prédio.

- Oi Fábio, tudo bem?

- Leandro.

- Pois é, eu falei com o Fábio pelo telefone ontem e agora mesmo e ele está me esperando...

- ???

- Ele não está ai não?

- É... Ele saiu mas pediu pra eu ficar...

- Ah, então está aqui...


Nessa confusão eu já não sei mais quem sou eu. Se sou o Fábio, se o Leandro ou se sou o dono do 102.


Mustafá!

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