segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Ao vencedor, as batatas!

Hoje o Conselho Regional de Biblioteconomia de Minas Gerais entregará, como o faz todos os anos, a Medalha Etelvina Lima. Grosseiramente falando, premia-se pessoas jurídicas e físicas que se destacam pela atuação como bibliotecário ou pela atuação como apoiadores das causas da biblioteconomia, quais sejam a leitura, o livro e tudo que disso se desenvolver.
Fato é que a Globo Minas foi a pessoa jurídica da vez. Isso, acho que nem é preciso dizer, causou alvoroço na comunidade biblioteconômica. A caixa postal ficou lotada de pessoas questionando, indignadas, justificando e, na grande maioria das vezes, com expressões de cinismo comemorando a indicação da emissora.
Sabe lá como foi feita a escolha da emissora arrisco logo a dizer aqui – porque é lugar meu e posso dizer tudo o que quero – que a Globo não é merecedora de tal premiação. Diferente dos meus colegas de profissão, não acho a indicação injusta porque a TV colocou em novelas bibliotecárias estereotipadas, bibliotecas renegadas a lugar de pessoas-problema e outras tantas situações e insinuações.
Essa é a imagem que deixamos construir de nossos profissionais e locais de trabalho, e isso não ocorreu à toa. Caminhemos em busca de melhorias profissionais sim, sem esquecer que a janela mostra a paisagem que há.
Essa é a imagem que governantes que colocam à margem a educação do país construíram lentamente dos anos 60 pra cá! Busquemos reunir forças, inclusive com as associações de classe (e talvez seja essa a atitude que devemos cobrar do CRB – ! – e não premiações sem pé nem cabeça) para garantir direitos como profissionais que ocupam desde a mais simples biblioteca escolar até altos cargos em empresas privadas e multinacionais.
A Rede Globo não deveria ser premiada pelas “atitudes” biblioteconômicas porque ela não fez nada além de suas obrigações como veículo de comunicação que atinge o país (quiçá o mundo) e, por isso, tem responsabilidade de informar e formar cidadãos. É seu papel levar a educação, a cultura e as diversas manifestações humana em qualquer canto do país, assim como são responsáveis os bibliotecários.
A Rede Globo não é inocente, nem tola. Ela nunca se posicionou como uma velha caquética, corcunda, exigindo silêncio em bibliotecas. Ela construiu – e muito bem, diga-se, é justo – a sua imagem.
Cuidemos da nossa.
Mustafá!

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