segunda-feira, 14 de maio de 2007

Sobre as mães...


Eu achei que fosse carregar minha mãe para sempre comigo. Não no coração, na memória... Que isso é possível... Mas, de verdade, fisicamente. Achei que fosse sempre olhar para o lado e encontrá-la: com o sorriso certo, a comida temperada e na hora mais correta para a saúde, com a palavra mansa, talvez um grito, mas sempre uma expressão de carinho, que mãe sempre carrega...
Eu achei. Acreditei que ela fosse descobrir sempre os meus segredos, que fosse sempre advinhar minhas dores, mesmo as mais fictícias. Achei que fosse me dar uns trocadinhos no momento de necessidade e não dormir todas as vezes que eu saísse e voltasse tarde da noite...
Eu achei e ainda acho que não é justo que filho desgrude da barra da saia da mãe. Não acho certo que ela não saiba as poças d'água que eu piso, as brigas em que me involvo, os riscos que corro ao atravessar a rua. Também desacredito daqueles que não querem contar as novidades para a pessoa que vai mais admirá-las e vibrar com suas vitórias. Mães foram feitas para gerar, criar e bajular filhos. Seria só se não fosse mais que o suficiente.
Eu sempre quis acreditar que o único defeito de mãe era a super-proteção...
Eu não aprovo a idéia de que o dia das mães seja um dia comercial em que o que mais vale é o presente que mais vale. Eu trocaria, e minha mãe com certeza faria o mesmo, o presente por presença. Mas uma presença sem cobranças, que é o mais difícil da vida: amar sem perguntar por quê...
Minha mãe me ama sem perguntar por quê... Eu tenho certeza disso...
Mustafá!

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