segunda-feira, 29 de maio de 2006

Canuta


Essa é a estória da Canuta. Uma estória que não tem fim. Tem começo, mas nunca terá fim. O fim se perdeu e ela está a sua procura. O fim está perdido em sua mente doentia, naquilo que chamam de loucura. Canuta perdeu a sanidade, mas não é isso que procura. O que procura, e procura sempre, ela nunca encontrará. É o fim de sua estória...
Canuta era menina rica de Pará de Minas. Menina rica de família rica. Riqueza que não se acabaria a não ser pelo infortúnio do pai que falira assim como enriquecera.Coisas que a vida não explica e dinheiro não compra: destino...
Canuta perdeu a vida que o pai prometera e não cumprira. Perdera tudo, mesmo sabendo que tudo tem o mesmo valor que o nada. Mas ela não tinha nada e não ter tudo e nada ao mesmo tempo fez com que adoecesse. Não adoeceu do corpo, que continuava esguio. Não adoeceu da alma, que continuava leve. Adoeceu do pensamento, que é pior que os dois. Sai as ruas a procura do que não tinha. Atrás do nada... Atrás de tudo... Procura sempre e, para procurar melhor, cisca no chão. Vai Canuta pelo caminho feito galinha que perdeu o ninho, o pintinho e o grão...
Vai Canuta dentro da gente, que é essa ansiedade de querer encontrar resposta pra tudo, de não desistir de nada, de não sossegar enquanto não se encontra...
Canuta procura ainda, sua procura é sem fim... Chamam de loucura sua procura, eu chamo de desventura e desejo.
Mustafá!
***
Enquanto isso no mundo acadêmico:
Banca de qualificação do Mestrado! Rezem por mim!!!

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