sexta-feira, 7 de abril de 2006

Osseva


Não, esse país não é sério. De Gaule tinha razão. Esse país é do avesso! Como se olhasse sempre pelo espelho. Como se colocasse a camiseta de trás pra frente, com a etiqueta sobrando na frente. Esse país vive, como diria a minha mãe, em mês de cachorro louco a vida inteira.

Aquele que não estudou governa. O que estudou não tem emprego.
Aquele que rouba de verdade não é cassado, mesmo que todas as provas digam que sim.
O que rouba para forrar o estômago, não tem direito de defesa. É condenado já quando nasce.

Aquele que tem talento amarga e empoeira nas prateleiras das lojas de discos. O que desafina e canta duvidosamente, ganha disco de ouro.
Atrizes não mais envelhecem. Ganham Botox.

Alfabetizado é aquele que escreve o nome. Mesmo que seja só o seu.
Professor é aquele que estuda a vida inteira e ganha como se precisasse viver só um dia.
Escola é lugar que se vai para comer.

Lei é aquilo que se usa para garantir deveres.
Direito é aquilo que se tem que lutar dia-a-dia, para se conseguir o mínimo.
Luta é aquilo que se trava sempre, mesmo que a guerra só termine com derrotados.

Pobre tem direito a auxilio gás, escola, moradia. Rico sonega impostos.

Não, esse país não é sério. De Gaule tinha razão. Esse país é do avesso!

Bom findi! Se é que isso é possível com tantas contradições...
Mustafá!

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