sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Alheio

Confesso que a vida de muita gente é mais emocionante que a minha. Pelo menos dentro de ônibus eu encontro gente que não vive, aventura-se. Ontem estava indo pra UFMG, eu e a CDU (Classificação Decimal Universal, a grosso modo a lista de endereços dos livros nas estantes de uma biblioteca) e nos sentamos atrás de duas amigas. A conversa já se iniciara há um tempo, mas pude pegar o bonde e, literalmente, sentar na janela:

A: - ...aí ele foi saindo algemado e tudo, então eu disse pra ele “você não disse pra eu tomar cuidado com você, agora eu que te digo pra tomar cuidado comigo”!
B: - É agora ele vai tá percebendo que a brincadeira acabou...
Eu já irritado pensando: “Uma faz barraco e a outra gerundeia...”
A: Mas aquele dia ele ficou me esperando chegar em casa até tarde e quando eu desci do carro ele tava com uma faca enorme e com os pulsos cortados sangrando...
Eu já com medo de ficar perto daquela pára-raios de malucos pensando: “Acho que vou mudar de lugar...”
B: - Deve ser porque ele percebeu que você já está saindo com outro né?
Eu pensando pelas duas: “Não diga?”


A conversa tomou rumos novelescos, dignos do SBT na tentativa de fazer novelas das oito, com Patrícia de Sabrit. Era pancadaria para um lado, exame de DNA do outro... Olhei para o lado para me certificar se a produção do Programa do Ratinho não nos acompanhava.
Aproveito essas viagens enfadonhas de um canto ao outro de BH para exercitar minha audição e minha perspicácia em leitura labial. De vez em quando sai algumas coisas interessantes como essa (?) que me mostram o quanto a minha vida é calmaria.
É “a vida como ela é” por R$1,65 reais.

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