sexta-feira, 19 de março de 2010

Pedagogia do afeto

Recentemente li uma reportagem na Veja sobre a "nova onda" na educação do país. Fato é que as preocupações estão voltadas para a atenção, carinho, amor... que os alunos merecem. De concreto, os métodos utilizados dentro de sala enfatizam as relações do professor com o aluno e do aluno com os demais. Quando terminei de ler a reportagem eu reli para saber se eu entendia realmente o que acontece hoje nas escolas.
Fiz uma disciplina na Escola de Educação da UFMG e lá a gente estudava as correntes pedagógicas. Obviamente eu não vou ficar aqui listando o que pouco sei sobre cada uma delas. Curioso é que, mesmo conhecendo cada uma delas superficialmente, já dá pra perceber que a grande maioria dos docentes brasileiros falam, por exemplo, sobre o construtivismo de Piaget, sem sequer saber por onde passa exatamente essa linha... Na realidade, o ensino vai aos trancos-e-barrancos e à reboque dessas teorias que, se pouco se sabe, na prática nada acontece.
A meu ver a "pedagogia do afeto" é um placebo para um grande problema de nossa sociedade. Os pais não podem passar tempo suficiente para dar o afeto necessário aos filhos (e é essa uma de suas funções primordiais) e essa responsabildiade está sendo transferida para a escola. O professor mal dá conta de sua formação e das contas que tem para pagar e, ainda por cima, querem que ele dê conta de como essas crianças/adolescentes vão se relacionar umas com as outras.
Quando era criança, voltar da escola era prazeroso. Estar com os pais e brincar em casa era bem mais atrativo. Não tive uma educação escolar exemplar, mas tive um convívio com a família digno de ser seguido e talvez isso tenha me desenhado como um profissional muito dedicado e, também, sensível as relações interpessoais no ambiente do trabalho. Fique claro que ser dedicado não é ser brilhante, mas o redime.
Ao reler a reportagem fiquei mais estarrecido. O Gabriel Chalita (Oi?) é um dos maiores praticantes no Brasil.
Afinal, pra que serve mesmo a raiz quadrada?
Mustafá!

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