Talvez eu deveria ter ficado feliz com o processo eleitoral do "Torrão das Alterosas" pelo simples fato de que meu tio, mais uma vez, tenha sido eleito. A felicidade seria da minha família, o orgulho seria só nosso e, mesmo dividindo um pouco dessa felicidade com os seus eleitores, seria um sentimento muito egoísta.
Há mais de 8 anos "distante" de lá, fico imensamente feliz que os eleitores - esses sim merecem minha felicidade e orgulho! - tenham descoberto que existe a possibilidade de ter uma qualidade de vida melhor. Fico imaginando que muitos ainda não conseguem espichar seus pescoços até um pouco mais alto que as "pomposas cordilheiras", mas, por outro lado, alguns já conseguem perceber que a vida não se encerra na "Virgínia sombranceira" e que por detrás daquelas montanhas, existe de fato a vida real. São essas mesmas pessoas que deixaram de acreditar em promessas fáceis e intenções dúbias de estrangeiros. Perceberam - espero não estar superestimando os resultados - que é possível aplicar a pouca parte que é cabida ao orçamento municipal em soluções que melhoram, lentamente, a educação, a saúde e a qualidade de vida da população.
Observaram que não é preciso muito para se dedicar ao cargo de prefeito. Basta boa vontade, algum senso de administração - embora eu acredite que essa seja a qualidade máxima de meu tio - e, no caso local, a aplicação do dinheiro aos fins a que ele sempre se destinou. Simples como colocar água numa garrafa sem deixá-la entornar.
Falta - e isso continua sendo só a expressão da minha parca opinião - a conscientização que "entre as montanhas formosas" não há grupo político ou partidos com idéias concretas que viabilizem um processo eleitoral democrático. Constata-se que há politicagem e um jogo de leves interesses, que nos levam a acreditar, mesmo que só durante esses meses eleitorais, que exista o bem e o mal. Ao fazer isso, cometemos o deslize de não nos darmos conta que por trás de doces sorrisos escondem-se pensamentos que destruiriam o nosso mais inexorável bem: a nossa própria índole. Nessa guerra eleitoreira vale tudo, inclusive correr em seguida para a igreja e continuar a vida pacata da cidade do interior, acreditando nada ter acontecido efetivamente.
A felicidade talvez se mistura com a esperança de que cada vez mais "minha terra esplendorosa" procure buscar informações que possibilitem discernir o bem e o mal existente em cada umas das promessas proferidas e continue optando, como fizeram, por aquelas intenções mais honestas. Há que se entender, no entanto, que essas informações não estão todas ali por onde "o Caetê tumultuoso rola veloz sonoroso". Há que se mirar ao alto e perceber que a primavera pode, a despeito do mundo em volta que não pára , não imperar perpetuamente.
Espero, que a "festiva passarada" saiba impunhar outras bandeiras.
Mustafá!
* Versos do Hino do Município de Virgínia.
Obs.: Gostaria de parabenizar meu tio pela tão merecida conquista. Nós sabemos de suas pontencialidades e seus limites e reconhecemos seus esforços.
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