segunda-feira, 5 de junho de 2006

"Pobre menina, não tem ninguém"


Acordei hoje pela manhã e, mesmo sendo através do programa da Ana Maria Braga, acompanhei, mais uma vez, o caso da filha que matou os pais e foi ao motel. Suzane Von Richthofen, seu namorado e seu cunhado, cúmplice e culpados respectivamente, seriam julgados hoje pelas atrocidades que fizeram com os pais da menina. Seriam, caso a justiça desse país não fosse uma piada.
José Simão satirizou em sua coluna que a menina só voltou para a prisão quando o Fantástico exibiu cenas do advogado convencendo Suzane a fingir em frente às câmeras, ou seja, matar os pais pode, fingir no Fantástico não! Achei, quando li a crítica, que o fim dessa bandalheira estava próximo. Não imaginei que o julgamento fosse ser pior. Advogados se recusam a ficar no julgamento, portanto o julgamento terminou... A menina volta para prisão domiciliar, volta a brigar pela herança dos pais e os dois (mais pobre obviamente) voltam para a prisão (essa de chave e cadeia que vemos em novelas mesmo). Daqui a mais de um mês a imprensa, o juri, os advogados, a cidade de São Paulo como um todo volta a mobilizar dinheiro, tempo e expectativas para um julgamento cuja sentença já deveria ter sido promulgada no dia em que os assassinos se declararam culpados.
O que me impressiona na justiça desse país é que a gente tem que conviver com essas pessoas nas ruas e engolir o fato de que eles já cumpriram sua pena, pelo menos aos olhos dessa Justiça. Assassinos cujos homicídio foram praticamente televisionados e, mesmo assim, continuam soltos, inocentes perante a um Tribunal negligente.
Suzane é mais uma que sairá ilesa.
Mustafá!

0 Comentários: