Lembram do passarinho, que percebendo a floresta em chamas, leva em seu bico algumas gotas d'água e, quando criticado por outros pássaros, disse que estava, ao menos, fazendo a sua parte?
Estória batida eu sei. Assim como aquela de "vender o peixe ou ensinar a pescar". Mas hoje pela manhã vi duas pessoas que estavam construindo seus mundos melhores...
Esperava o ônibus, esperava também que o dia fosse melhor que ontem. Vieram primeiro dois poudles. Quando um parou já imaginei o que viria. A dona deles estacionou também e esperou que o menor fizesse todo o serviço. Quando ele terminou de fazer suas necessidades ali naquela calçada eu ainda estava pensando que eu mesmo, distraído que sou, poderia ser a vítima daquele monte de excrementos. Mas, para minha surpresa, a senhora retirou da bolsa uma luva, abaixou-se e recolheu como se fosse um presente ofertado por aquele ser canino magro e peludo.
Ri de mim mesmo e de minha incapacidade de acreditar nas pessoas... Para meu espanto, cinco ou dez minutos depois um outro poudle, de uma outra dona fez o mesmo do lado oposto da rua onde eu estava. Subestimei novamente a higiene alheia. A senhora tomou a mesma atitude da outra.
Poderia continuar pensando que todas as pessoas não se importam em deixar as fezes de seus cãezinhos seguirem a corrente do mal (da calçada para o pé de um tranzeunte, do pé do tranzeunte para o tapete de uma dona de casa e assim vai até a doença de algum bebê...). Poderia ter pensado que essa raça de cachorro fazia muito cocô, por isso jamais teria um em minha casa (2 cocôs em menos de 15 minutos!), mas procurei pensar que elas estavam fazendo a parte delas... Entendi melhor o até então idiota passarinho... Deixei de ser uma mera ave que o olhava trabalhando para seu mundo melhorar, para ser o próprio. Prometo que, de agora em diante, recolho as fezes do meu cachorro na rua. Até porque nem tenho cachorro mesmo...
Mustafá!
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